Biografia de Platão: vida, obra e muito mais

Platão foi um importante filósofo e pensador, nascido na Grécia entre 428 a.c. e 424 a.c.  Considerado por muitos estudiosos como a principal referência do pensamento filosófico ocidental, Platão deixou um legado importantíssimo para o pensamento crítico da sociedade e da política.

Apesar de não termos a exatidão da data de seu nascimento, sabemos de outras informações verificadas e confirmadas por estudiosos acerca da origem do filósofo. Ao que se sabe, Platão nasceu em Atenas, na Grécia, sendo filho de pais aristocratas.

Portanto, desde cedo, usufruiu das melhores condições de estudo, tendo sido introduzido à poesia, ginástica, música, artes (pintura) e leitura. Todo aristocrata tinha essa educação especial para a época.

Desenvolvimento do Pensadores Relação com Sócrates

Platão viveu em um cenário político turbulento em decorrência dos conflitos envolvendo a queda de Atenas. Entretanto, seguiria a tradição familiar e ingressaria na política rapidamente. A vida pública era uma condição um tanto quanto natural e certeira para todos na família de Platão.

Sua vida mudaria por completo ao conhecer Sócrates, o qual seria seu professor e responsável por inspirar o jovem Platão na filosofia e política. Conviveram por tempo o bastante para desenvolverem diálogos e discussões acerca das virtudes do ser humano, a problemática do conhecimento do mundo, etc.

Sócrates já era bastante conhecido e influente naquela sociedade. Então, num certo momento, foi acusado pela justiça da época de “perverter a juventude” e a sentença era a morte. Platão, diante daquela situação, se ofereceu para pagar pelo tal crime. Entretanto, o próprio Sócrates recusou a ajuda e decidiu seguir o protocolo da justiça.

Este fato fez com que Platão perdesse seu gosto e esperança na política, dedicando-se, então, apenas aos estudos da filosofia. Sua relação com seu mestre transformou sua vida. Após a morte de Sócrates, Platão tinha que se retirar da cidade.

Ele retornou a Atenas aos 40 anos de idade, mais experiente e ainda sob influência de seu grande mestre. Abriu uma escola com o objetivo de estudar temas filosóficos e que viria a ser conhecida como Academia. Platão morreu em Atenas, na Grécia, por volta de 347 a.C.

A Academia

Considerada a primeira instituição de ensino superior no ocidente, a escola de estudos filosóficos, fundada por Platão, tinha como principal metodologia o estilo socrático de construção do conhecimento.

Esse estilo era baseado na postulação de uma hipótese e a produção de várias perguntas sobre essa mesma hipótese. Qualquer resposta que levasse à contradição, seria motivo de desconsiderar a hipótese até então postulada e passava-se a procurar uma nova, cuja verdade seria encontrada nela.

Ficou conhecida como Academia, porque as reuniões envolvendo professores e alunos da escola de Platão eram realizadas nos jardins de um cidadão ateniense chamado Academus.

O grande destaque da Academia era o de um aluno chamado Aristóteles que, posteriormente, viria a ser um dos maiores nomes da história da filosofia. Foi aluno de Platão por cerca de 20 anos e, depois de toda a influência socrática e do próprio mestre, fundou sua própria academia.

A Obra de Platão

Obra de Platão
Platão – Imagem: ex-isto.com

Platão decidiu, após toda a experiência adquirida durante suas viagens e estudos, escrever um pouco sobre si e suas ideias por meio de cartas e, principalmente, diálogos. Seus registros mostram a influência de Sócrates em sua forma de pensar.

É válido ressaltar que, diferente de Platão, Sócrates não escreveu livros, mas influenciou seu discípulo na questão da oratória, ou seja, Platão era adepto, assim como Sócrates, de construir conhecimento sem registro escrito.

Das grandes obras de Platão, o destaque fica, inevitavelmente, com A República, que contém o Mito da Caverna.

A República de Platão

A República, nada mais é que, a tentativa de Platão em ilustrar uma sociedade em um Estado Ideal. Nesta obra, uma série de questões são discutidas pelo filósofo e que são difíceis de serem vistas em pontos isolados.

A política, trabalhada em cada um dos aspectos da obra, é apresentada por Platão por meio de diálogos que o filósofo teve com amigos e são levantadas questões, tais como a justiça.

E a cada proposta de uma definição do que é justiça, o que é ser justo, como toda uma sociedade conseguiria praticar e/ou compreender essas ideias, o filósofo faz um trabalho minucioso visando sanar essas dúvidas.

Junto dessas questões, o desenho principal do Estado Ideal que Platão tenta mostrar, divide a sociedade em três classes. O fator diferenciador dessas classes se dá pelo caráter intelectual.

A base dessa sociedade seria formada por agricultores, comerciantes e todos os que faziam trabalhos artesanais. A função dessa classe estaria ligada à distribuição de gêneros para toda a comunidade. Em outras palavras, prestação de serviço.

A primeira camada acima dessa base seria formada pelos militares. A função dessa classe estaria relacionada à defesa.

A última classe, aquela acima de todas, seria composta pelos filósofos governantes. Essa seria então, segundo Platão, a classe superior e mais capacitada para servir-se da razão.

Essa última classe seria formada por intelectuais, que por sua vez, possuiriam também o poder político. Dessa forma, os reis teriam de ser escolhidos entre os filósofos.

O Mito da Caverna

A Alegoria da Caverna é o livro VII do diálogo A República, de Platão. É uma das histórias mais famosas da história da filosofia. Platão desenvolve a história a fim de exemplificar a importância da Academia, da reflexão e da filosofia no Estado.

A alegoria nos leva a imaginar a seguinte situação: existem algumas pessoas acorrentadas no fundo de uma caverna. Elas estão voltadas para a parede do fundo dessa caverna, sem nunca terem saído de lá. Também nunca viram a luz do sol.

A única coisa possível de se enxergar, são as imagens projetadas na parede dessa caverna, por meio da luz de uma fogueira que está atrás dessas pessoas.

Aqueles que estão na caverna, veem as sombras projetadas na parede e passam a acreditar que as sombras são a realidade. Até que, em um momento, um dos prisioneiros consegue se libertar de alguma forma e sai da caverna.

Ele então percebe a realidade e a luz do sol o cega por alguns instantes. Em seguida, ele contempla toda a realidade à sua volta. Platão sugere uma suposição: caso esse que teve contato com o lado externo da caverna voltasse e dissesse aos prisioneiros que tudo o que eles viam era uma ilusão, e não a realidade, os prisioneiros não acreditariam, talvez até o matariam.

Essa alegoria é uma tentativa de demonstrar o papel do filósofo e o efeito desse papel na sociedade. Além de fazer referência a Sócrates, morto por tentar exercer esse papel.

A alegoria é extremamente lembrada quando falamos em Platão, sendo discutida e estuda em escolas e universidades até os dias de hoje.

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